Ao longo do tempo, alimentar nossos animais com ração tornou-se tão comum que muitas pessoas nem se perguntam mais o motivo. Tornou-se a “primeira opção”, o padrão. Mas será que precisa ser assim? Será que foi sempre assim? Neste post, quero refletir sobre isso com você — e compartilhar como tenho alimentado minhas felinas, unindo cuidado nutricional, alimentos naturais e muito afeto.
🕰️ Quando começou a cultura da ração?
As rações surgiram como alternativa moderna para alimentar cães e gatos no século XX. O primeiro alimento seco comercializado foi o biscoito para cães “Spratt’s Patent”, em 1860, na Inglaterra. Mas foi só a partir da década de 1950, nos Estados Unidos, que as grandes indústrias passaram a produzir rações extrusadas em larga escala — e a publicidade transformou isso no “ideal” de alimentação.
No Brasil, esse modelo se firmou nas décadas de 1980–1990, com forte incentivo da indústria pet e apoio de parte da medicina veterinária. A ração era prática, conveniente para tutores e vendida como “completa e balanceada”.
📚 Referência: FEDIAF (The European Pet Food Industry Federation), A History of Pet Food; “Pet Food Politics”, Marion Nestle (2008)
🥣 Por que ela virou a primeira opção?
- Praticidade: não precisa cozinhar ou preparar — basta abrir o pacote;
- Marketing: embalagens coloridas, comerciais e recomendações de profissionais;
- Padronização nutricional: teoricamente oferece nutrientes essenciais (mas a qualidade dos ingredientes varia);
- Cultura da pressa: muitos tutores têm menos tempo para o cuidado diário, e a indústria se aproveita disso.
❗ O que podemos observar?
- Animais evoluíram consumindo alimentos naturais e frescos;
- Algumas rações podem conter subprodutos de origem animal (como penas ou ossos), grãos em excesso, conservantes artificiais e corantes;
- Rações secas contêm pouca água, o que pode afetar a saúde urinária, especialmente em gatos.
📚 Referência: “Do you believe in magic? Food ingredients and pet health”, Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition (2020)
🐱 Como ofereço mais saúde e afeto
Aqui em casa, oferecemos uma combinação que equilibra praticidade e alimentos frescos:
- Ração Guabi Natural (sem transgênicos, sem corantes, para gatos castrados);
- Alimentos naturais cozidos, como:
- Caldo de feijão;
- Abóbora cabotiá;
- Chuchu;
- Batata-doce;
- Aveia em flocos;
- Frango desfiado sem sal.
Tudo preparado com atenção e carinho. Essa abordagem mantém a praticidade da ração, mas traz variedade, frescor e nutrientes reais, respeitando o paladar e a saúde dos meus animais.
💡 Experiência pessoal
No passado, tive gatos machos que consumiram ração industrializada comum. Observei, ao longo do tempo, algumas condições de saúde que me fizeram refletir sobre a importância de analisar os ingredientes e oferecer variedade.Quando adotamos Charlotte e Blair, decidi pesquisar cuidadosamente as opções de ração e complementar com alimentos frescos e naturais. Essa experiência me ensinou a importância de ler rótulos, priorizar ingredientes de qualidade e observar como cada animal responde à alimentação.
📚 Referência: “A ingestão insuficiente de água, associada ao consumo exclusivo de ração seca, é um dos principais fatores de risco para doenças do trato urinário inferior dos felinos.” — Journal of Feline Medicine and Surgery (2011)
🍽️ Dicas afetivas para incluir alimentos naturais
- Cozinhe sem sal, alho ou cebola (são tóxicos para gatos e cães);
- Ofereça pequenas porções como petisco ou junto à ração;
- Sempre espere o alimento esfriar antes de servir;
- Observe como seu animal reage — cada pet tem paladar e organismo únicos;
- Se possível, consulte um veterinário nutricionista, mesmo que esporadicamente.
🌿 Alimentar também é amar
Quando dedicamos tempo para preparar e oferecer o alimento, estamos transmitindo cuidado e presença. A nutrição torna-se um gesto de carinho e conexão.
Não é necessário abrir mão da ração — mas é possível abrir o coração para incluir alimentos frescos e naturais. Seu pet merece! E você também! ✨
⚠️ Aviso de isenção
Este conteúdo reflete minha experiência pessoal e pesquisa independente. Não substitui orientações veterinárias profissionais. Sempre consulte um veterinário antes de fazer alterações na alimentação do seu animal.
PS: Aviso de fofura! Charlotte e Blair são muito, muito fofinhas!







📚 Fontes e referências
Manual de Nutrição Natural para Cães e Gatos – Sylvia Angélico (Nutricionista veterinária)
Nestle, M. Pet Food Politics. University of California Press, 2008.
FEDIAF – European Pet Food Industry Federation (http://www.fediaf.org)
Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 2020: “Pet Food Ingredients and Animal Health”