Toda criança se comunica. Desde muito cedo, mesmo antes da fala, elas encontram formas de expressar o que sentem e desejam:
pelo choro, demonstrando desconforto ou necessidade;
pelos sorrisos e balbucios;
pelo apontar, puxar a mão ou gesticular.
A comunicação vai muito além das palavras. É por isso que, quando pensamos nas crianças que apresentam atrasos na fala — como ocorre frequentemente no Transtorno do Espectro Autista (TEA) —, precisamos ampliar os recursos de expressão e acolher diferentes formas de comunicação.
Direito garantido por lei
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) assegura o acesso à tecnologia assistiva como um direito. E a CAA — Comunicação Alternativa e Aumentativa — é considerada uma tecnologia assistiva de baixo custo, acessível e transformadora. Isso significa que toda criança tem o direito de ter recursos que facilitem sua comunicação, ampliando a participação social, o aprendizado e os vínculos.
O que é a CAA?
A CAA é um conjunto de estratégias e recursos que apoiam a comunicação quando a fala não é suficiente. Ela pode acontecer de diversas formas, como:
- Cordões com pictogramas representando a rotina;
- Pranchas de comunicação com símbolos e figuras;
- Aplicativos e softwares adaptados;
- Gestos e sinais convencionados entre a criança e sua rede de apoio.
Em meu trabalho, por exemplo, utilizamos cordões com pictogramas (como os disponíveis no site Arasaac) para apoiar a rotina da criança na unidade e também orientamos a família a utilizá-los em casa.


Impactos positivos da CAA
O mais encantador é perceber como a CAA amplia as relações:
- A criança não fica restrita a buscar apenas o adulto para compreender suas necessidades.
- Ela passa a interagir com seus pares, outras crianças, usando os pictogramas ou cordões para brincar, negociar, compartilhar desejos.
- Isso promove autonomia, autoestima e inclusão real.
- É um recurso simples, mas profundamente poderoso!
Importância da equipe multiprofissional
Vale destacar: o uso da CAA não substitui o acompanhamento com profissionais especializados, como o fonoaudiólogo, psicólogo e terapeutas ocupacionais. Pelo contrário, é uma ferramenta que complementa e potencializa o trabalho clínico e educacional, sempre respeitando o tempo e as necessidades de cada criança.
Para refletir
A CAA é mais que um recurso: é uma ponte de comunicação, é afeto, é garantia de direitos. Ao oferecermos alternativas para que a criança se expresse, dizemos a ela: “A sua voz importa, mesmo que ainda não seja pela fala.”
Para saber mais sobre a LBI e documentos sobre a inclusão acesse:

Cartões de fala: transformando palavras em significado
Olha só que recurso legal que pode ajudar muito no processo de comunicação e verbalização! 🌟

Muitas crianças com autismo (e também em outras condições) passam pelo processo da ecolalia — quando repetem palavras ou frases fora de contexto, sem função comunicativa naquele momento. Pode ser algo que ouviram recentemente, uma fala de desenho, música ou até uma frase que gostam muito.
O desafio para a família e profissionais é: como transformar essa fala em algo funcional, com sentido dentro do contexto diário?
👉 Uma das ferramentas que pode apoiar muito são os cartões de fala.
Eles apresentam imagens simples junto a palavras ou frases curtas que representam ações, necessidades e desejos do dia a dia, como:
- “Quero água 💧”
- “Vamos brincar 🎲”
- “Preciso descansar 😴”
Ao oferecer esses cartões e associá-los às situações reais, a criança aprende que a linguagem tem uma função: pedir, interagir, expressar sentimentos. Com o tempo, essa prática favorece a generalização, ou seja, a transferência do que é aprendido nos cartões para a fala espontânea.
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💡 Dica prática: Comece com poucas opções e vá aumentando conforme a criança se familiariza. Use figuras claras, simples e coloridas, sempre vinculadas ao interesse da criança.
🌱 Comunicação é mais do que palavras: é vínculo, presença e significado. Cada passo que damos nesse caminho amplia não só o repertório verbal, mas também a autonomia e a conexão afetiva.
Vamos conversar?
E você, já conhecia a Lei da Inclusão?
Já tinha ouvido falar da CAA?
Qual a sua experiência com o uso de pictogramas, pranchas ou cordões de comunicação?
Vou adorar saber nos comentários! 
pelo choro, demonstrando desconforto ou necessidade;
pelos sorrisos e balbucios;
pelo apontar, puxar a mão ou gesticular.