Quantas vezes temos a oportunidade de começar algo? Quantas vezes nos permitimos recomeçar? Os começos e recomeços exigem muito de nós — ao menos essa é uma crença comum que muitos carregam. “Não há mais tempo para isso. Estou muito cansada, ocupada, velha, sem energia.” Mas quanta energia depositamos em insistir em algo que já não funciona e, muitas vezes, nem nos faz bem?
Quando foi a última vez que você sentiu um frio na barriga, uma emoção intensa, uma energia contagiante ao fazer algo que o fez simplesmente se desconectar do passado e do futuro? Apenas estar imerso em uma atividade, uma emoção, uma experiência? Recomeçar pode significar muitas coisas, inclusive enfrentar tempos difíceis. Mas por que decidimos recomeçar apenas diante de cenários desafiadores? Também é possível começar e recomeçar quando as coisas estão amenas, quando conseguimos dar um passo atrás e observar nossa vida sem julgamentos — apenas para aprender.
Estou nessa jornada, nessa travessia e espero que se você estiver lendo isso também esteja instigado a atravessar o desconhecido, a encontrar algo a mais.
Como disse o poeta:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
— Fernando Teixeira de Andrade