✨ Fim de ano: ciclos, rituais e cuidado com o que sentimos

O fim de ano é, para muitas pessoas, um momento mágico e especial.
Eu adoro ver a cidade se transformar: as ruas decoradas, as lojas mais coloridas, as casas ganhando vida com luzes, jardins cuidados, muros pintados, cercas renovadas. Parece que, de alguma forma, todos entram em um mesmo ritmo — o desejo de algo a mais.

Em cidades turísticas, como a nossa, esse movimento fica ainda mais evidente. Enquanto alguns diminuem o ritmo, outros chegam cheios de energia, malas, expectativas e vontade de aproveitar o verão, a praia, os encontros. Há uma mistura bonita entre pausa e celebração.
O Natal, o fim de ano e a virada representam um ciclo de passagem. Com eles vêm rituais externos — decoração, encontros, ceias — e também rituais internos. Para muitas pessoas, é tempo de olhar para o ano que passou, avaliar escolhas, revisitar sonhos e pensar no que desejam construir no próximo ciclo. Mas nem sempre esse período é leve.

Para algumas pessoas, o fim de ano pode ser desafiador e ansioso. Pensamentos que nem sempre são reais, mas que foram repetidos tantas vezes, acabam se tornando muito presentes. Eles podem ativar sentimentos de solidão, isolamento, medo, culpa ou até raiva.

Às vezes, não é o que aconteceu — é o que pensamos repetidamente sobre isso.

Se você está passando por um momento difícil, pedir ajuda é um ato de cuidado, não de fraqueza. O fim de ano pode ser um gatilho emocional importante para muitas pessoas. Se for possível, tente estar perto de quem você ama e de quem te ama. O isolamento, especialmente nesse período, pode intensificar pensamentos difíceis. Quando ficamos sozinhos demais, é comum entrarmos em um looping interno de medos e angústias.


Um olhar da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) trabalha com estratégias práticas e reais para lidar com esses ciclos internos que todos nós temos.

De forma simples, funciona assim:

👉 temos um pensamento
👉 esse pensamento gera uma emoção
👉 a emoção influencia um comportamento

Quando esse ciclo se repete muitas vezes, ele pode se tornar um padrão, quase um hábito. Pensar sempre da mesma forma também é um hábito. A boa notícia é que hábitos podem ser modificados — mas isso exige consciência e disposição. Ninguém pode fazer esse movimento por você, mas você pode escolher começar. O primeiro passo é observar.


Estratégias simples para o dia a dia

Algumas estratégias usadas em contexto terapêutico — e que podem ajudar no cotidiano — incluem:

  • Elástico no pulso: ao perceber um pensamento que te faz mal, puxar suavemente o elástico pode ajudar a trazer a atenção para o momento presente (sem dor, apenas como um sinal de consciência).
  • Registrar pensamentos: escrever em um bloco de notas ou diário ajuda a tirar o pensamento da mente e colocá-lo no papel, tornando-o mais observável.
  • Caminhar por 15 minutos: o movimento físico ajuda a regular emoções e quebrar ciclos de ruminação.
  • Criar um cenário mental seguro: imaginar um lugar em que você se sinta tranquila(o) e recorrer a essa imagem nos momentos mais difíceis pode ajudar a acalmar o sistema emocional.

Essas estratégias não substituem acompanhamento profissional, mas podem ser apoios importantes no dia a dia.


Um lembrete importante

Se você percebe que não está bem (ou que alguém próximo não está bem), que os pensamentos estão muito intensos ou que as emoções estão difíceis de manejar, busque ajuda profissional. Psicólogos, psiquiatras e outros profissionais da saúde estão preparados para acolher e orientar. Cuidar da saúde emocional também é cuidado com o futuro.
Que este fim de ano possa ser, dentro do possível, um tempo de gentileza consigo mesma(o), de respeito aos próprios limites e de pequenas escolhas mais conscientes.

Com afeto,
Regiani 💛

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