Quando falamos em emoção, muita gente pensa: “ah, isso é simples, todo mundo sabe quando está feliz ou triste”. Mas as emoções não se resumem a essa polaridade felicidade vs. tristeza. Desde a infância, vamos aprendendo a sentir e identificar uma variedade de emoções. Um bebê, por exemplo, percebe rapidamente que ao chorar recebe atenção, alimento, colo ou uma troca de fraldas. Ele também nota quando sua mãe ri ou fica furiosa diante de um comportamento. Esses pequenos aprendizados vão sendo armazenados dentro de nós como se fossem linhas de código em um software, um programa interno que construímos ao longo da vida sobre o que sabemos, o que acreditamos, o que vivemos e o que escolhemos fazer.
Hoje vamos falar sobre como pensamento, emoção e comportamento estão interligados e moldam nossa realidade.
🔄 O ciclo pensamento – emoção – comportamento
Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) falamos sobre a forma como nossas interpretações criam respostas emocionais e, consequentemente, comportamentos.
- Pensamento → surge diante de uma situação (“o mar é perigoso”).
- Emoção → medo intenso, ansiedade.
- Comportamento → evitar entrar na água, coração acelerado, mãos suando, pernas tremendo.
Ou seja, um único pensamento pode desencadear uma tempestade neuroquímica no corpo. E isso vai, pouco a pouco, moldando nossa vida. Quando pensamos repetidamente sobre um evento que aconteceu ou ainda não aconteceu estamos fazendo essas ligações neuroquímicas no nosso cérebro e nosso corpo responde a isso, podemos ficar muito felizes, eufóricos ou extremamente irritados e até desconcertados.
🌟 O desenvolvimento das emoções ao longo da vida
- Primeira infância: aprendemos a reconhecer alegria, medo, raiva, tristeza, amor, surpresa.
- Adolescência: surgem emoções mais complexas como vergonha, orgulho, culpa, pertencimento, rejeição.
- Vida adulta: acumulamos experiências, crenças e memórias que podem fortalecer ou distorcer nossa forma de sentir.
Na Teoria dos Esquemas, entendemos que nossas experiências precoces formam padrões emocionais e cognitivos que influenciam o modo como interpretamos o mundo. Um adulto que cresceu ouvindo que “não podia chorar” pode internalizar a crença de que expressar emoções é sinal de fraqueza, e passar a vida inteira escondendo sua dor.
🤔 Por que evitamos olhar para nossas emoções?
Muitas frases comuns refletem crenças culturais sobre emoções:
- “Meninos não choram.”
- “Quem chora é fraco.”
- “Ter emoção é não ser racional.”
- “Só bebê chora.”
- “Chorar não resolve nada”.
Esses discursos reforçam a ideia de que emoções devem ser reprimidas, quando na verdade elas são bússolas internas que orientam nossas escolhas. Ignorá-las pode gerar frustração, insatisfação e até contribuir para os altos índices de adoecimento emocional e suicídio que vemos na sociedade atual.
🔍 Como identificar suas emoções
O primeiro passo é observar sua voz interior:
- O que você diz a si mesmo quando acorda?
- Como reage mentalmente quando vê alguém ou uma situação difícil?
- Quais pensamentos se repetem ao longo do dia?
📔 Dica prática: registre seus pensamentos e emoções. Escreva em um caderno e releia depois de algum tempo. Esse processo ajuda a trazer à consciência padrões automáticos que de outra forma passariam despercebidos.
🧠 Emoções, corpo e genética
Pesquisas mostram que por volta dos 35 anos já temos um “software” consolidado — executando programas automáticos que acumulamos desde a infância. Nosso corpo, então, passa a refletir essas emoções não elaboradas.
Estudos também indicam que temos predisposições genéticas: alguns com maior chance de desenvolver problemas na tireoide, outros nos pulmões, no coração etc. Mas predisposição não é destino, sentença.
As emoções e hábitos que cultivamos podem ativar ou silenciar esses genes.
👉 Emoções acumuladas, não trabalhadas, podem se manifestar em sintomas físicos — dores, tensões, doenças.
👉 Mas também temos a possibilidade de escolher, cultivar pensamentos e hábitos que favoreçam saúde e bem-estar.
🌟 O que isso significa?
Significa que você pode assumir o controle da sua vida emocional.
Que pode, conscientemente, construir novos caminhos e transformar padrões automáticos.
Já pensou olhar para sua vida aos 40, 60 ou 90 anos e se perguntar:
- O que eu mais amei viver?
- Do que eu mais me arrependo?
Essa reflexão já fazemos coletivamente a cada fim de ano, quando revisamos conquistas e traçamos metas. Mas podemos — e devemos — praticá-la com mais frequência, para ajustar a rota da vida em tempo real.
💚 Cuidando de você
- Acolha suas emoções sem julgá-las.
- Procure ajuda profissional quando sentir sobrecarga (psicólogos e médicos têm ferramentas que amigos e família não têm).
- Observe seu corpo: sintomas de tristeza ou fadiga podem estar ligados tanto a questões emocionais quanto a deficiências nutricionais (como vitaminas B12 e D).
- Construa redes de apoio: ter com quem contar é essencial, mas não substitui o cuidado especializado.
✨ Dica extra para o coração e a mente
Se você ainda não assistiu, recomendo muito o filme Divertidamente. Ele tem uma linguagem incrível e mostra de forma lúdica como nossas emoções agem no cérebro, quase como se fossem mensageiras neuroquímicas. É uma forma leve e encantadora de refletir sobre como sentimos e reagimos no dia a dia.
Registre suas vivências!
Uma prática poderosa é ter um diário, onde você pode anotar ideias, emoções, aprendizados e até os progressos da sua horta em casa! Alguns modelos lindos e funcionais que podem inspirar você:
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